O comissário de voo não é o garçom da aeronave. Servir café e água é apenas uma das tarefas realizadas para dar mais comodidade aos passageiros e para aproveitar enquanto a principal atribuição dele não é exigida: manter os passageiros em segurança. Por esse motivo é essencial que um comissário saiba os procedimentos de primeiros socorros.
Estes profissionais enfrentam um treinamento intenso para aprender técnicas de sobrevivência na selva, no mar, em situações extremas, além de técnicas de primeiros socorros. Porém trabalham incansavelmente para que nunca precisem usar estes procedimentos. Porém, caso você precise, não é necessário dar a sorte de ter um médico a bordo. Os comissários de voo são treinados para prestar um atendimento emergencial e dar suporte à vida de qualquer passageiro.
Como funciona o treinamento de primeiros socorros de um comissário?
Ao realizar o curso de formação, todos os alunos têm aulas sobre gerenciamento de crises, sobrevivência e primeiros socorros. Inclusive, para que este aluno obtenha a licença da ANAC para exercer a profissão e consiga uma vaga em alguma companhia aérea, é necessário que realize uma prova para atestar suas habilidades, incluindo a capacidade de prestar assistência a um passageiro em emergência médica.
Obviamente o treinamento não é tão profundo como o que acontece com paramédicos e enfermeiros, por exemplo, no entanto os comissários de voo se preparam para atender passageiros que possam estar enfrentando toda sorte de enfermidades como mal súbito, problemas cardíacos e até ferimentos como cortes e fraturas.
Ao final do curso de comissário todos passam por um teste prático de sobrevivência onde podem aplicar estes e outros recursos aprendidos durante a formação. Nesta oportunidade eles são levados ao extremo para aprender a se portar em situações de risco e garantir a segurança dos passageiros e tripulação.
Além disso, todas as cias aéreas possuem cursos e treinamentos extras que são realizados periodicamente com seus funcionários, garantindo que eles estejam sempre atualizados.
Os comissários precisam de ajuda médica?
Ainda que sejam treinados para agir mesmo quando não há suporte médico especializado, o procedimento padrão exige que os comissários perguntem se há algum médico a bordo para auxiliar no tratamento a algum passageiro.
Muitas companhias contam com assistência médica remota para auxiliar os tripulantes nos casos mais perigosos e quando não há nenhum profissional especializado a bordo. Em casos críticos o comissário pode ligar para os médicos em solo que orientarão os procedimentos de primeiros socorros.
Em alguns casos é também recomendável fazer um pouso de emergência para encaminhar o passageiro para um tratamento especializado. Nesses casos o avião tem prioridade máxima para pouso, exceto se houver outra aeronave com problemas mecânicos ou um planador solicitando permissão para pouso também.
Como um treinamento de Primeiros Socorros salvou uma vítima de infarto?
Jucilene Mora, ex-aluna do curso de comissário de voo da AEROTD estava dentro de um ônibus quando percebeu que um passageiro estava infartando. Ao identificar os principais sintomas, conseguiu interagir diante da situação de emergência, aplicando os ensinamentos que havia aprendido no curso de primeiros socorros e com isso conseguiu manter os batimentos cardíacos da vítima para que desse tempo do SAMU chegar com o socorro avançado! Confira o depoimento da Jucilene e do médico Bruno Quércia do SAMU. CONFIRA AQUI!
O que existe no kit de primeiros socorros de um avião?
Toda aeronave deve transportar obrigatoriamente um kit de primeiros socorros para ser usado em casos de emergência a bordo. A lista dos acessórios e medicamentos que devem ser levados a bordo está descrita no Regulamento Brasileiro de Aviação Civil 121 (RBAC-121). A lista completa conta com diversos itens, incluindo alguns medicamentos. Abaixo nós citamos alguns dos mais importantes.
- Máscara de reanimação ou máscara de ventilação artificial boca-a-boca com válvula unidirecional;
- Ressuscitador/reanimador (AMBU) em silicone;
- Pó seco que converte resíduos orgânicos líquidos em um gel granulado estéril;
- Óculos protetores;
- Luvas (descartáveis);
- Estetoscópio;
- Esfigmomanômetro (eletrônico, de preferência);
- Cânulas orofaríngeas (3 tamanhos);
- Seringas (vários tamanhos);
- Agulhas (vários tamanhos);
- Catéteres endovenosos (vários tamanhos);
- Catéter urinário;
- Epinefrina 1:1 000;
- Antihistamínico– injetável;
- Dextrose 50% (ou equivalente) – injetável: 50 ml;
- Cápsulas de nitroglicerina, ou spray;
- Analgésicos potentes;
- Sedativo anticonvulsivante – injetável;
- Antiemético – injetável;
- Broncodilatador – inalável;
- Atropina – injetável;
- Adrenocorticosteróide – injetável;
- Diurético – injetável;
- Medicação para sangramento pós-parto.
Como se preparar para situações de risco?
Apesar de possuir o conhecimento para agir em diversos tipos de situações de risco, inclusive envolvendo procedimentos de primeiros socorros, os comissários de voo esperam nunca precisar utilizar estes conhecimentos.
No entanto, um imprevisto sempre pode acontecer. Nesses casos é essencial estar preparado. Para isso, o primeiro passo é se matricular em um curso de comissário de voo que tenha um conteúdo programático moderno e voltado para as necessidades do mercado, preparando o profissional para os desafios da profissão.
Além de se formar em uma escola moderna e qualificada, como a AeroTD, o comissário precisa se manter constantemente atualizado, lendo, fazendo cursos, participando de treinamentos e outros eventos que o torne um profissional cada vez mais completo e preparado para todos os desafios do meio aéreo.