Exemplo de superação na aviação.
O Comandante Carlos Santoro, tinha 24 anos, já exercia a profissão de piloto de helicóptero, quando em maio de 2010, sofreu um grave acidente de carro e precisou amputar o braço direito.
Após uma conversa com a psicóloga do HUGO – Hospital Universitário de Goiânia, decidiu que iria voltar a voar. Na ocasião, Santoro disse: “Se ainda não existe, eu serei o primeiro piloto de helicóptero a voar com prótese”. Santoro sempre teve em mente que o braço amputado não o tiraria da aviação, sua grande paixão.
Assim, com determinação começou a fazer fisioterapia e terapia ocupacional no Centro de Reabilitação e Readaptação no hospital Dr. Henrique Santillo (CRER), também em Goiânia/GO.
Santoro conheceu o pessoal da oficina ortopédica, que queriam fazer uma prótese de mão para que ele aprendesse a usá-la no dia a dia”. Explicou que era piloto de helicóptero e sugeriu à equipe a fazer uma prótese adaptada para pilotar a aeronave.
Para elaborar a prótese, Santoro falava da sua necessidade e a equipe fazia as adaptações, até chegarem ao modelo de prótese ideal para que pudesse voltar a voar e após oito meses depois do acidente já estava voando com a prótese definitiva em total segurança.
Santoro conseguiu a autorização para voar com a prótese, oficialmente, depois de fazer o chamado voo de recheque junto a Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC), realizado para reavaliar a capacidade de operação de uma aeronave.
“A prótese é ligada ao comando de voo chamado Cíclico, responsável pela estabilidade direcional da aeronave – para frente, para trás, para os lados e parado, tudo controlado pelo braço direito com a prótese”, explica Santoro.
“Atualmente voo em Marabá, no Pará. Graças a Deus, nunca tive problemas com ninguém por causa da prótese, mas vejo que, às vezes, algumas pessoas se assustam quando vão voar pela primeira vez comigo, mas depois costumam elogiar bastante”, afirma.
Para as pessoas numa situação similar a dele, costumava aconselhar: “Encare a recuperação como um compromisso e não fique parado. Lembre que tem gente que nasce sem e nunca teve a oportunidade de usar um membro”.
Quando o acidente aconteceu, Carlos Henrique Santoro procurou históricos, para ver se alguém já tinha feito antes uma prótese para voar, mas não encontrou ninguém. Tudo então, teve que começar do zero, na tentativa e erro. Até então, a história do comandante Carlos Santoro em pilotar helicóptero com uma prótese substituindo o braço era a única no Brasil.
Gustavo Assis – também piloto de Helicóptero, também sofreu um grave acidente, só que em um ônibus. A fatalidade aconteceu entre as cidades catarinenses de Alfredo Wagner e Florianópolis, ocasião em que também perdeu parte do braço direito.
A trágica história teve uma reviravolta, pois a irmã do Gustavo mostrou a reportagem do Fantástico em 28/04/2013, sobre o Carlos Henrique Santoro.
Gustavo viu que era o mesmo braço, na mesma altura e após o tempo de cicatrização
foi ao mesmo centro médico que havia sido desenvolvido a prótese do Carlos Santoro e foi agora em setembro, oito meses após o seu acidente, que Gustavo realizou novamente o seu sonho em ser reabilitado pela segunda vez como piloto de helicóptero pela ANAC.
Porém, Gustavo quer ir mais além, está se preparando para ser o primeiro piloto a ter uma prótese de mão biônica.
Os testes já começaram e só depois de dominar os movimentos da nova mão é que o Gustavo irá voar com ela. Foram tantas conquistas que não deu para comemorar sozinho, Gustavo foi ao encontro de Carlos Santoro que lhe inspirou a voltar a voar e os dois únicos pilotos homologados pela ANAC fizeram um voo juntos no mesmo helicóptero.
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Bela história