Aviação para o agronegócio: conheça o avião que pousa na terra ou grama

A aviação para o agronegócio é extremamente importante, pois presta suporte a um dos setores mais fortes da nossa economia. 

Em 2020, mesmo com a pandemia, o PIB do agro, calculado pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) em parceria com a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), apresentou crescimento de 24,3%. 

Segundo este levantamento, o PIB do agronegócio representa 26,1% do total do PIB brasileiro. 

E, para continuar auxiliando no crescimento desse setor, uma novidade chega em solo tupiniquim: um avião que dispensa pistas e pode pousar na terra ou na grama. 

A importância da aviação para o agronegócio e crescimento do país 

Os Estados Unidos são um dos países mais ricos do mundo e, não à toa, esta é a nação com a maior malha aérea de aviação executiva. 

Este tipo de modalidade tem um importante papel no desenvolvimento do país, visto que promove a distribuição da riqueza pelo seu território. 

No Brasil temos boas perspectivas para a aviação executiva, já que dos 5,5 mil municípios brasileiros, 4,4 mil possuem aeroportos. 

Isso parece um bom cenário, no entanto, desse total, em 3 mil deles as pistas não são pavimentadas e, mais: a aviação comercial só atende a 122 aeroportos. 

Ou seja, a aviação para o agronegócio é extremamente importante, porém, ainda conta com poucas opções nas linhas aéreas comerciais. 

Surge a opção de compra de aeronaves ou, como está se tornando mais comum, o compartilhamento e aluguel, como uma espécie de Uber da aviação. 

Aplicativo Fly Victor - Uber da Aviação
Fonte da Imagem: https://www.airway.com.br/

Modernização na legislação permitiu o crescimento da aviação executiva 

Esta opção de compartilhamento de aeronaves só se tornou possível após a modernização da legislação, através da aprovação da subparte K do RBAC 91 (Regulamento Brasileiro de Aviação Civil nº 91), que estabelece as regras para cotistas e cria a figura do administrador. 

Antes, a aviação para o agronegócio dependia das companhias aéreas comerciais ou daqueles que podiam comprar e manter seus próprios aviões. 

Antes, se houvesse algum acidente com avião, todos os cotistas que compraram a aeronave respondiam solidariamente. Agora, existe a possibilidade de indicar uma pessoa que será a administradora e sobre ela recairá todas as responsabilidades da operação. 

A partir disso, a Amaro Aviation, identificou a oportunidade de trazer uma aeronave especializada em aviação para o agronegócio. 

A empresa foi criada por Marcos Amaro, filho do comandante Rolim, fundador da TAM, mais David Barioni, que há 43 anos está na aviação, passando pela Vasp, Varig, que também foi um dos fundadores da Gol e presidente da TAM. 

A empresa ainda conta com outros quatro sócios, todos com trajetória no setor de aviação. 

Aeronave pode pousar na terra ou grama 

A Amaro Aviation começou a operar na aviação para o agronegócio em junho de 2021, com um jato fabricado na Suíça, que custa cerca de US$ 9 milhões. 

O Pilatus PC-24, fabricado pela Pilatus Aircraft, é o único jato do mundo capaz de pousar em pistas de terra ou grama, condição quase única em fazendas e, por este motivo, vem fazendo tanto sucesso no agronegócio australiano e, agora, chega também ao Brasil. 

Aeronave Pilatus PC-24 pousando em grama
Fonte da Imagem: https://www.aeronavesavenda.com/

O jato que pretende impulsionar a aviação para o agronegócio tem capacidade para oito passageiros é o único avião executivo do mundo com dois motores, com demanda de pista de 800 metros, o que já é comum em propriedades rurais donas de aeronaves. 

Além do PC-24, deve chegar o Pilatus PC-12, um monomotor turbo hélice, também com oito lugares, praticamente do mesmo tamanho do PC-24, para pista de até 600 metros. 

A inovação que a Amaro Aviation pretende trazer é a possibilidade de compartilhamento destas aeronaves. 

Uma aeronave PC-24, com oito lugares, por exemplo, pode ser dividia em 8 cotas. Dessa forma, cada cotista deve desembolsar US$ 1,7 milhão. Cada cota dá o direito a 100 horas de voo por ano. 

Neste caso, o PC-24 teria uma hora de voo com o custo de US$ 2.600. Só para comparação, na modalidade táxi aéreo para a mesma aeronave, o custo é de US$ 4.700. 

Essa vantagem econômica, somada à possibilidade de pouso em qualquer pista de grama ou terra, promete trazer um grande desenvolvimento da aviação para o agronegócio. 

  

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