Mecânico de Aeronaves

ANAC sorri quando você segue o manual: o guia prático que separa o aprendiz do profissional

Charles Hardt

Postado em 6 de novembro de 2025

Na manutenção aeronáutica, manual não é “apoio”. É o passo a passo aprovado para fazer certo, com segurança e dentro das regras. Seguir a versão atual, entender símbolos e achar a informação sem perder tempo faz diferença no chão de hangar.

1) O que são (e para que servem) os manuais

Cada manual cumpre um papel:

  • AMM: o “como fazer” das tarefas de manutenção.
  • IPC: o “catálogo de peças” com códigos e desenhos.
  • WDM: mapas dos circuitos elétricos para testar e achar falhas.
  • CMM: manutenção de componentes específicos (válvulas, bombas etc.).
  • SRM: limites e jeitos corretos de reparar estrutura.
  • FIM: roteiro para isolar a causa de uma pane.
      Regra de ouro: sempre usar a última revisão. Manual desatualizado = risco e retrabalho.

2) Como os manuais são organizados

Eles seguem uma lógica parecida: índice, termos e definições, tabelas (como torque), códigos de falha, desenhos e uma introdução explicando o uso. A divisão por ATA 100/iSpec 2200 organiza tudo por sistemas (ex.: 32—trem de pouso; 28—combustível; 71—motores), o que facilita encontrar o que você precisa.

3) Como achar rápido a informação certa

Antes de pegar a ferramenta, planeje:

  • Vá pelo índice direto ao sistema/capítulo.
  • Confira tabelas de torque e ferramentas especiais da tarefa.
  • No digital, use busca por palavra-chave e links internos entre capítulos e figuras.
  • No IPC, valide código da peça e se ela se aplica ao seu modelo e número de série.

4) Símbolos e abreviações sem mistério

A legenda do manual concentra avisos de segurança, unidades e abreviações (LH/RH, O-ring etc.). Uma passada rápida em “Terms & Definitions” evita confusão.
  Elétrica? Atenção a conectores e pinagem no WDM.
  Estruturas? Respeite limites e métodos de reparo do SRM.

5) Do manual para a prática (passo a passo)

  1. Identifique a tarefa (ATA + número), leia inteira e confirme pré-requisitos.
  2. Garanta revisão atual do manual e ferramentas calibradas.
  3. Prepare o ambiente: desenergize, despressurize, use EPIs e sinalize a área.
  4. Siga o procedimento exatamente: método, tolerâncias, torques.
  5. Faça os testes funcionais indicados.
  6. Registre: o que foi feito, quando, por quem, horas, peças usadas (PN/SN) e liberação.
  7. Verifique ADs/SBs aplicáveis e encerre a documentação.

O que você desenvolve neste conteúdo

  • Velocidade e precisão para encontrar a informação certa, na revisão certa.
  • Leitura técnica descomplicada: símbolos, abreviações, tabelas e diagramas.
  • Aplicação com conformidade: executar, testar e documentar de acordo com as regras.

Dica final: crie um checklist para cada tarefa (ferramentas, EPIs, inspeções e conferência de revisão). Padrão evita erro, economiza tempo e deixa auditoria mais tranquila.

Quer levar essa prática para o seu dia a dia de hangar? Fale com um dos nossos agentes de relacionamentos pelo WhatsApp.

Fontes

  • Tabela de Matérias do Blog – AEROTD (planilha interna).
  • Oliveira, Igor Freitas de. Utilização de Manuais de Manutenção. Publicações AEROTD, 2024.
  • RBAC 145; IS 145.109-01; interface com RBAC 43 (publicações técnicas e controle de revisões).
  • ATA 100 / iSpec 2200 (padronização de capítulos e dados técnicos).
  • Boas práticas de execução, documentação e retenção de registros.

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